Em um pronunciamento realizado na Superintendência do Ministério da Saúde no Tocantins, em Palmas, o prefeito Eduardo Siqueira Campos (PODE) revelou que assumiu a gestão da capital com uma dívida estimada em R$ 300 milhões, deixada pela gestão de Cinthia Ribeiro (PSDB). Durante sua fala, o gestor afirmou que a Prefeitura de Palmas não realizará eventos de Carnaval na capital em 2025, o que inclui Capital da Fé.
Segundo Eduardo Siqueira Campos, a situação financeira encontrada é preocupante, com dívidas espalhadas em diversas áreas. “Encontramos uma dívida no valor de R$ 40 milhões em diferentes carteiras. Na dívida total, ainda há um fechamento que só conseguiremos no dia 30, mas seria algo em torno de R$ 300 milhões”, declarou o prefeito.
Diante deste cenário, o chefe do Executivo afirmou que a prioridade da sua gestão será direcionar recursos para áreas primordiais e essenciais, como saúde, educação e infraestrutura. “Nós não temos condições de fazer nenhum dos dois eventos. Acho que nenhum dos dois vai protestar diante do quadro que temos. Eu não conseguiria ordenar minha despesa nessa questão, sabendo o que está acontecendo em diversas áreas essenciais”, enfatizou.
Impacto nos eventos tradicionais
O Capital da Fé, conhecido como o maior evento gospel do Brasil durante o período de Carnaval, atrai um público diversificado de Palmas, do interior tocantinense e de outros estados. Com custo superior a R$ 2 milhões em 2024, o evento contou com apresentações de artistas renomados como Aline Barros, Rosa de Saron e Padre Fábio de Melo, e movimentou o estacionamento do Estádio Nilton Santos.
Além de promover encontros religiosos e culturais, o Capital da Fé consolidou Palmas como uma cidade com vocação para a fé. No entanto, as dificuldades financeiras da administração atual impossibilitam sua realização em 2025.
O cancelamento também se estende aos bloquinhos de Carnaval, que além de movimentar um grande público, contribui com a economia local, com a geração de empregos temporários e aquecimento do turismo. Segundo o prefeito, a decisão foi tomada com base na impossibilidade de comprometer os cofres públicos em meio ao cenário de endividamento.
No último ano, a prefeitura destinou R$ 400 mil para os blocos de rua, selecionados por meio de seleção pública, para participarem do Carnaval de rua na capital.
Cada um dos 15 blocos selecionados foram contemplados com uma quantidade de R$ 30 mil, que teve como objetivo auxiliar os organizadores com estrutura, segurança, vestimenta e demais serviços necessários para a folia.