Carne Tocantinense: Potencial para Exportações Premium e Redução de Ociosidade Impulsionam Economia Estadual
O 3º Meat Day, evento realizado na Fazenda Bacaba (Miranorte-TO), consolidou um novo diretriz para a pecuária e agroindústria do Tocantins: a integração estratégica da cadeia produtiva como alavanca para o mercado internacional. Com foco em qualidade, lideranças do setor defendem que o Estado pode elevar seus patamares competitivos e maximizar a renda por meio de mercados exigentes e da otimização industrial.
Unão Produtor-Indústria: A Chave para Valorização
O presidente do Sindicarnes-TO, Oswaldo Stival Júnior, reforçou que a colaboração entre pecuaristas e frigoríficos é imperativa. “O produtor oferece matéria-prima de excelência; a indústria transforma para exportar. Essa sinergia garante preços mais altos e sustentabilidade econômica”. Esqueleto central do lema “Origem Rastreada, Qualidade Comprovada”, a união permite direcionar cortes premium para mercados internacionais, onde a demanda por rastreabilidade e padrões rigorosos justifica maior remuneração.
Ociosidade Industrial: Desafio e Oportunidade
Dados alarmantes revelam um gargalo crítico: a capacidade instalada de abate (2,2 milhões de cabeças/ano) opera com ociosidade média de 31,27% até novembro de 2025 (1,37 milhão de animais abatidos). A subutilização da estrutura industrial representa uma perda econômica direta. Aumentar o volume de abate não reduziria apenas a ociosidade, mas geraria empregos e elevaria a arrecadação, fortalecendo a economia local.
Mercado Premium: Salto Exponencial no Valor
A disparidade de preços entre o mercado interno e as exportações expõe o potencial de ganho. Com base em projeções futuras para cortes nobres:
- FILÉ MIGNON: De US$ 11,00 para US$ 29,00 (+264%);
- CONTRA FILÉ: De US$ 7,00 para US$ 19,00 (+253%);
- COXÃO MOLE: De US$ 6,60 para US$ 10,50 (+160%);
- COXÃO DURO: De US$ 6,30 para US$ 10,00 (+159%).
Stival Júnior destacou: “Investir em rastreabilidade e conformidade internacional não é um custo, é um retorno garantido”.
Exportações em Crescimento: Crescer para Industrializar
Apesar da ociosidade, as exportações seguem trajetória ascendente:
- 2023: 93.123 toneladas;
- 2024: 109.000 toneladas (+17%);
- 2025 (projeção): 131.000 toneladas (+27%).
Contudo, a saída de 1,09 milhão de bovinos em pé em 2025 aponta a necessidade de reter matéria-prima localmente, aproveitando a capacidade ociosa dos frigoríficos para converter em produto de alto valor.
3º Meat Day: Catalisador de Inovação
O evento reuniu 550 participantes entre pecuaristas, técnicos e especialistas, abordando genética, manejo, nutrirção e casos de sucesso sob uma perspectiva estratégica. “Este encontro não debateu apenas práticas agrícolas, mas desenhou um caminho para o Tocantins se tornar referência global em carne bovina premium”, concluiu Stival Júnior.
Com uma agenda focada em inovação e qualidade, o Tocantins está estruturando um novo patamar para sua pecuária, onde produtividade, industrialização e acesso a mercados premium se harmonizam para impulsionar o desenvolvimento regional.






