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Prefeitura de Palmas inspecionou mais de 88 mil imóveis neste ano em ações de combate ao Aedes aegypti

A Prefeitura de Palmas, por meio da Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ), intensificou as ações de prevenção e controle das arboviroses urbanas — dengue, chikungunya e Zika — com foco na cobertura de visitas domiciliares realizadas por agentes de combate às endemias. Somente no primeiro trimestre de 2025, foram inspecionados 88.609 imóveis em todas as regiões da capital.

As visitas fazem parte de uma estratégia contínua de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, principal vetor dessas doenças, e têm como objetivo identificar e eliminar possíveis criadouros, além de orientar a população sobre medidas preventivas. Em 2024, Palmas já havia alcançado coberturas expressivas, com 84,26% e 95,08% nos dois últimos ciclos de visitas.

O trabalho é guiado por indicadores como o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA), que permitem identificar as áreas de maior risco e direcionar as ações de forma mais eficaz. A partir do primeiro LIRAa de 2025, realizado entre os dias 10 e 14 de fevereiro, foi elaborado um plano de intervenção para as regiões mais vulneráveis.

Esses indicadores são formados a partir de informações e dados coletados em campo pelos Agentes de Combate às Endemias, que vistoriam os imóveis em Palmas e desempenham um papel fundamental na prevenção do vetor.

Em entrevista ao Jornal Primeira Página, a bióloga Renata Braga, da Coordenação Técnica de Controle de Vetores da UVCZ, explicou como esse trabalho é realizado:

“As informações coletadas em campo pelos agentes de combate às endemias são fundamentais para o nosso trabalho. A partir desses dados, a Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses realiza análises e transforma as informações em indicadores entomológicos. Esses indicadores são essenciais para o controle vetorial, pois nos permitem estratificar as áreas conforme o nível de risco — baixo, médio ou alto — e, com isso, mensurar o potencial de transmissão do vírus pelo mosquito Aedes aegypti. Essa avaliação é o que orienta nossas estratégias e a priorização das ações em cada localidade.”

Renata Braga, Coordenação Técnica de Controle de Vetores da UVCZ.

Fatores de risco

Segundo Renata Braga, o combate ao Aedes aegypti exige a atuação de diferentes setores e deve considerar fatores sociais, ambientais e urbanos:

“Quando falamos em controle das arboviroses, é importante entender que existem fatores que vão muito além da área da saúde. Do ponto de vista social, as populações com menor acesso à estrutura básica — como saneamento, moradia adequada e informação — estão mais expostas ao risco, e essa vulnerabilidade social aumenta a incidência das doenças. Mas isso não é exclusivo das arboviroses; essas populações já vivem em maior vulnerabilidade em diferentes contextos. No aspecto ambiental, as mudanças climáticas também têm grande relevância, porque influenciam diretamente na reprodução e na dispersão do mosquito transmissor. E, no cenário urbano, a precariedade da infraestrutura das cidades acaba favorecendo a proliferação do vetor e, consequentemente, o adoecimento da população. Por isso, o enfrentamento das arboviroses exige uma abordagem multidisciplinar e intersetorial, que envolva não apenas a saúde, mas também áreas como o meio ambiente, a assistência social, o planejamento urbano e a educação.”

Renata Braga, Coordenação Técnica de Controle de Vetores da UVCZ.

Com relação ao envolvimento de outros setores nas ações de prevenção, Palmas conta com o Comitê Intersetorial de Controle à Dengue, instituído pelo Decreto nº 2.675, de 24 de março de 2025, com o objetivo de integrar e coordenar as estratégias de enfrentamento às arboviroses no município. A iniciativa reúne representantes de diversos órgãos da administração municipal, promovendo uma abordagem colaborativa e multidisciplinar.

Entre os participantes do comitê estão a Fundação Municipal de Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, a Guarda Metropolitana de Palmas e a Secretaria Municipal de Educação, além de outros 14 órgãos e entidades municipais.

Outras ações

Além do trabalho de campo feito pelos 150 Agentes de Combate às Endemias (ACE) que atuam na UVCZ, as ações incluem mutirões de limpeza, atividades educativas e a aplicação do fumacê (UBV – Ultra Baixo Volume). A pulverização já foi realizada em 18 localidades, cobrindo 569 quarteirões e atingindo 23.460 imóveis.

Paralelamente, a vigilância entomológica foi reforçada com a utilização de ovitrampas, método que permite monitorar a presença do mosquito por meio da coleta de ovos.

A Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ), vinculada à Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, desempenha um papel essencial na prevenção de doenças e na promoção da saúde pública. Além de atuar diretamente no combate às arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, a UVCZ realiza a identificação de riscos de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos. A Unidade também é responsável pela vigilância de populações de animais que representam ameaça à saúde coletiva, desenvolvendo ações contínuas de prevenção e monitoramento de zoonoses no município.

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