A Polícia Civil realizou, nesta terça-feira, 5, em Caseara, a Operação Najas, visando executar 19 mandados de busca e apreensão, 15 mandados de afastamento de função pública e 20 medidas cautelares. Além disso, foi recolhido um total de R$ 1,64 milhão em fianças entre os investigados, que incluem a prefeita, o vice-prefeito, o presidente da Câmara de Vereadores, secretários municipais, empresas e outros indivíduos no município de Caseara.
A operação foi desencadeada pela 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Paraíso do Tocantins, em decorrência de uma investigação criminal. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins e estão relacionados a crimes como fraude em licitações, desvio de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de capitais e falsidade ideológica, entre outros contra a administração pública.
Durante as investigações, constatou-se que, em 2017, a gestão municipal, incluindo as secretarias da Saúde e da Educação, iniciou procedimentos licitatórios para a contratação de uma empresa relacionada a um dos supostos envolvidos. Essa empresa, criada após as eleições de 2016, foi identificada como fictícia, movimentando mais de R$ 23 milhões entre 2016 e 2020.
A Polícia Civil apontou indícios robustos da participação dos investigados em condutas criminosas, configurando um agrupamento criminoso em Caseara voltado para fraudes em licitações. A empresa em questão, além de não possuir frota suficiente, locou o mesmo veículo a duas secretarias. Ao final do contrato, em 2021, a empresa transferiu veículos para os filhos da prefeita municipal.
Os procedimentos licitatórios foram apontados como fraudulentos, com documentações ideologicamente falsas para habilitar a empresa. Os valores de locação dos veículos eram superfaturados, e o dinheiro recebido pelo proprietário da empresa era transferido para contas pessoais, dificultando o rastreamento.
Moradores de origem humilde de Caseara foram identificados transferindo grandes quantias para a empresa fictícia. Além disso, o proprietário da empresa enviava expressivos valores aos familiares da prefeita, secretários e funcionários municipais. A Polícia Civil revelou ainda que o filho da prefeita criou uma empresa fictícia para realizar serviços públicos, suspeitando-se de práticas semelhantes.
Durante as buscas, foram encontradas armas de fogo e munições nas residências dos secretários e da prefeita, resultando em prisões por posse ilegal de arma de fogo. Os investigados foram afastados de seus cargos, e medidas cautelares foram decretadas, incluindo proibição de contato entre os envolvidos e testemunhas, além de fiança no valor total de R$ 1,64 milhão. Nenhum dos investigados pagou a fiança estipulada pelo Poder Judiciário.
Os investigados permanecem à disposição do Tribunal de Justiça. (Com informações da SSP/TO)